"Existe um lugar onde a vida é feita de esperança. E esta esperança mora numa Casa, onde a vida é cuidada como uma árvore. Uma árvore grande e forte, regada com carinho, compreensão, amizade, sorrisos, abraços, doação e fé. Muitas vezes passamos por ventos fortes, vendavais e até mesmo tempestades. Momentos em que achamos que perderemos todas as nossas flores e frutos e que nossa árvore pode até mesmo quebrar. Porém, nesta Casa onde mora a esperança, os galhos de nossa árvore podem até envergar, mas a força da raiz que plantamos aqui jamais será arrancada." (Marcelo Evagelista - Voluntário da Casa Ronald McDonald-RJ)
Entrada da Casa Ronald McDonald-RJ.
Tudo começou em 1974, na Filadéfia (EUA), quando um jogador de futebol americano, cuja filha de 3 anos passava pelo tratamento de leucemia, conheceu o sonho de uma médica em criar uma casa de apoio - tanto para as crianças em tratamento ambulatorial quanto para seus pais. Inspirado em ajudar outros pais a enfrentar as dificuldades do tratamento de câncer infantojuvenil, Fred Hill organizou um jogo beneficente visando arrecadar fundos para dar início ao projeto que beneficiaria todas as crianças e adolescentes que não tinham condições de arcar com os custos de deslocamento e estadia para serem atendidos nos hospitais de referência da cidade. Ele convidou os demais jogadores do time a apoiar e procurou os responsáveis pelos restaurantes McDonald's™ locais, sugerindo-lhes que doassem parte das vendas de uma promoção. O McDonald's™ engajou-se totalmente ao projeto, doando toda a renda obtida em uma promoção e realizando outras campanhas. Com a arrecadação, o imóvel para sediar a casa de apoio foi comprado, reformado e mobiliado, e assim, nascia a primeira Casa Ronald McDonald do mundo, fruto de uma parceriados franqueados locais McDonald’s, do Children’s Hospital da Filadélfia e do jogador dos “Eagles”, Fred Hill.
A primeira Casa Ronald surgiu na Filadéfia (EUA), em 1974
Dois anos depois, em Chicago, surgiu uma segunda Casa com o mesmo propósito, provando que o conceito "uma Casa longe de casa" funcionaria em outras localidades. Esta iniciativa deu origem ao programa de abrangência mundial, o sistema beneficente global Ronald McDonald House Charities (RMHC), presente em 62 países, responsável pela coordenação dos Programas Globais Casa Ronald McDonald e Espaço da Família Ronald McDonald. Hoje, são mais de 300 casas de apoio ao tratamento de câncer infantojuvenil, com a chancela/licença Casa Ronald McDonald em 51 países. No Brasil, o programa Casa Ronald McDonald é coordenado pelo Instituto Ronald McDonald – que é responsável por identificar instituições candidatas a serem uma Casa Ronald McDonald, analisar condições técnicas e operacionais e iniciar o processo de licenciamento da Instituição junto a RMHC - Ronald McDonald House Charities Global (www.rmhc.org) que gerencia com objetivo de garantir que a qualidade e o padrão de uma Casa Ronald McDonald sejam os mesmos em qualquer lugar do mundo, assim como promover um aprimoramento contínuo das condições de atendimento às crianças e aos adolescentes e acompanhar as atividades posteriormente, garantindo os padrões de qualidade e excelência recomendados internacionalmente.
O nome Casa Ronald McDonald foi escolhido devido ao comprometimento da Corporação McDonald’s com o projeto e para homenagear o embaixador da alegria, Ronald McDonald, que é um símbolo de felicidade para as crianças de todo mundo. Sua imagem positiva, alegre e irreverente desperta o sentimento de amor e afetividade junto às crianças e suas famílias.
A Família que transformou a luta contra o câncer infantojuvenil no Brasil.
Uma família comum: pai, mãe e dois filhos que viviam no bairro da Tijuca e levavam uma vida tradicional. Trabalho, escola, lazer no Tijuca Tênis Clube e futebol com a torcida pelo Vasco da Gama. Mas esta história começou a tomar um novo rumo em 1989 quando Marquinhos, um dos filhos do casal, foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda. O câncer era um tabu, mas todos enfrentaram com coragem o desafio de buscar a cura do menino. O tratamento no Instituto Nacional de Câncer (Inca) foi longo e árduo. Mas, em determinado ponto, os médicos disseram que a única possibilidade de cura seria um tipo de transplante que ainda não existia no Brasil: o não aparentado de medula óssea. A família buscou então apoio dos amigos e de muitos parceiros para a campanha SOS Marquinhos, que contou com um jogo realizado por grandes jogadores de futebol, que doaram toda bilheteria à campanha. A família pôde realizar a viagem à Nova York. Lá, tiveram a oportunidade de ficar numa Casa Ronald McDonald, enquanto Marquinhos fazia o tratamento no Memorial Hospital.
Encontraram um lugar acolhedor, hospedagem gratuita, alimentação e todo o suporte junto a profissionais e outros pais na mesma situação. Infelizmente, Marquinhos não resistiu. Ele perdeu a batalha contra o câncer em 1990. Foi um momento muito doloroso, mas aos poucos, os pais decidiram transformar a dor numa causa e ajudar outras famílias na mesma situação. Eles tiveram contato com uma infraestrutura ainda inexistente no Brasil e que, certamente, ajudaria muitas famílias por aqui. O menino não venceu a doença. O casal, ao retornar ao Brasil em 1990, tornou-se voluntário na causa de ajudar crianças com câncer. Eles não eram mais apenas os pais do Marquinhos, eram Francisco e Sonia Neves, voluntários do Instituto Nacional do Câncer. E com o tempo se tornaram muito mais.
Eles foram convidados pela direção do INCA (Instituto Nacional do Câncer) para implantar, em suas instalações, uma sala de recreação baseada no play-room do hospital americano. Assim, uniram-se a um grupo, que já atuava voluntariamente, e criaram o V-Criança. Esta foi a primeira ação de um trabalho que estava apenas começando e que marcaria o início de uma nova etapa no tratamento da doença no país.
Grupo de voluntários do V-Criança, que nasceu no INCA em 1990.
Por ocasião do primeiro McDia Feliz realizado no Rio de Janeiro, que beneficiou o Inca, eles organizaram uma grande festa que chamou a atenção do então Presidente do McDonald’s. Chico tomou coragem, se apresentou e perguntou: “Por que não temos aqui uma Casa Ronald McDonald comoa de Nova York?” A resposta surpreendeu: “Você a conhece? Vamos fazer uma Casa no Brasil?”. E assim começou uma das maiores mobilizações pela causa do câncer no país.
Francisco Neves como voluntário, com família, amigos e o jogador Bebeto, no McDia Feliz. de 1991.
Em 1991, a rede McDonald's™ ofereceu a renda do McDia Feliz ao INCA, para a área de pediatria. Para que esse processo acontecesse, o Diretor do hospital solicitou o apoio dos voluntários atuantes no "V-Criança". Após o evento, nasceu de um grupo a ideia de criar uma associação, formada por pessoas de vários segmentos da comunidade, preocupadas em humanizar e apoiar o tratamento de câncer infantojuvenil. Em 5 de dezembro de 1992 foi fundada, por esse grupo, a Associação de Apoio à Criança com Neoplasia (AACN-RJ).
Voluntários e representantes no primeiro imóvel da Instituição em 1992.
Na experiência de médicos, enfermeiros, assistentes sociais e voluntários do INCA, de conviverem junto aos pequenos pacientes, tomou-se o conhecimento da grande dificuldade das famílias que residem fora do Município do Rio de Janeiro em dar continuidade ao tratamento dos seus filhos. Consequencia da falta de recursos financeiros para se manterem na cidade. Evidenciada tal condição, a AACN-RJ estabeleceu como objetivo primordial a criação de uma casa de apoio para atender essas pessoas.
Casa Ronald do Rio de Janeiro: A 1ª na América Latina
Em junho de 1993, a rede McDonald's™ realizou outro McDia Feliz e, desta vez, a arrecadação do evento foi doada para a AACN-RJ, a fim de apoiá-la na implantação da casa de apoio. No mesmo ano, foi adquirido o primeiro imóvel para a hospedagem e foi também formalizada a parceria entre INCA, AACN-RJ e o McDonald's™, criando-se, em 24 de outubro de 1994, a primeira Casa Ronald McDonald na América Latina, e a 162ª no mundo.
1ª Casa Ronald McDonald da América Latina.
Como em todas as outras Casas Ronald, seu sustento funciona com a boa utilização dos recursos de doações de pessoas físicas e empresas que garantem a sobrevivência da Instituição por meio das colaborações mensais dos membros contribuintes, campanhas sociais, eventos promovidos por voluntários e parcerias coorporativas com associação de marca.
O McDonald's™ é o parceiro principal que doa uma vez ao ano, a receita da campanha McDia Feliz que representa cerca de 30% do custeio anual da Casa Ronald McDonald-RJ. Além disso, a rede possibilita a captação junto aos seus fornecedores e transmite credibilidade da marca no mercado, muito necessária à Instituição. O restante das doações, vitais ao sustento da Instituição, são garantidas através de parcerias com outras marcas/empresas que apoiam constantemente através da doação de produtos e serviços, e as contribuições financeiras da sociedade, que mantém o funcionamento de todos os projetos e garante o futuro do trabalho realizado, em mais de 20 anos de existência.
Casa Ronald McDonald do Rio de Janeiro
Desde sua inauguração, a Casa já atendeu e melhorou a qualidade de vida de mais de 3.000 crianças e adolescentes, e contribuiu para o aumento do índice de cura do câncer infantojuvenil. Todo trabalho é considerado de utilidade pública porque permite a liberação de leitos em hospitais para pacientes que realmente necessitem de internação. A Casa também contribui para a redução de infecções hospitalares e diminui a taxa de abandono do tratamento - muitas vezes, interrompido por falta de recursos da família para locomoção até o hospital.
A Instituição oferece gratuitamente serviços e diversos apoios sociais às famílias atendidas pelos projetos que humanizam o tratamento dos jovens vindos de várias cidades e países. Além de esperança a Casa oferece oportunidades para que todos saiam vitoriosos nessa lta e vislubrem um futuro promissor. Os beneficios da hospitalidade incluem alimentação, transporte aos centros de tratamento, atividades recreativas, terapeuticas, projetos complementares que colaboram para o atendimento psicossocial e ao Programa Atenção integral à todos os hóspedes, cursos profissionalizantes para os acompanhantes, acompanhamento escolar e terapias holísticas.
- Instituto Nacional do Câncer (INCA)
- Hemorio
- Hospital Universitário Pedro Ernesto
- Hospital da Lagoa
- Hospital Pediátrico Martagão Gesteira (Fundão)
- Hospital da Criança
- Hospital dos Servidores do Estado
A indicação da hospedagem é feita pela própria equipe médica e por assistentes sociais desses hospitais à Instituição.
Ex-hóspedes Débora e Matheus que foram vitoriosos na luta contra o câncer.
Hoje, a Casa Ronald McDonald-RJ conta com mais de 500 voluntários treinados, que se revezam, diariamente, em quatro turnos de três horas cada. Eles atuam como verdadeiros escudeiros das crianças e adolescentes portadores de câncer e de seus responsáveis.
Vale lembrar que o câncer é uma doença potencialmente curável, se diagnosticado precocemente e tratado adequadamente.
Nossos desafios são nossos sonhos. E realizar sonhos é a nossa marca. O amor é o nosso diferencial.
Informe de Atividades: